domingo, 7 de agosto de 2011

Via-se sentada no meio de várias mesas cheias de pessoas mas vazias de sentimentos.Havia gente rindo escandalosamente e algumas apenas conversando.Conhecia todas elas.Ou pelo menos pensava conhecer.Sua visão sobre elas era extremamente diferente.Enquanto todos falavam com animação ela estava sentada em uma mesa, a ultima delas, olhando a tudo e todos com desconfiança.Ao seu ver, eles se moviam lenta e silenciosamente.E aquela era a sua “família”.Ou pelo menos diziam a ela que era.Pessoas felizes fingindo normalidade.Mas ninguém ali conhecia a sua dor, seus pensamentos suicidas e maus.Ninguém sabia o que se passava em sua cabeça, da vontade quase incontrolável de se ferir, do cansaço de repetir para si mesma que tem de ser forte a todo amanhecer.Da dor de todos os seus fracassos, dos seus choros antes de dormir, da vontade de se entregar às tentações e abraçar a morte de bom grado.E enquanto tudo aquilo a perturbava, ela se via na obrigação de estar ali, sentada naquela mesa de canto com aquele maldito medo, fingindo ser feliz.