domingo, 7 de agosto de 2011

Via-se sentada no meio de várias mesas cheias de pessoas mas vazias de sentimentos.Havia gente rindo escandalosamente e algumas apenas conversando.Conhecia todas elas.Ou pelo menos pensava conhecer.Sua visão sobre elas era extremamente diferente.Enquanto todos falavam com animação ela estava sentada em uma mesa, a ultima delas, olhando a tudo e todos com desconfiança.Ao seu ver, eles se moviam lenta e silenciosamente.E aquela era a sua “família”.Ou pelo menos diziam a ela que era.Pessoas felizes fingindo normalidade.Mas ninguém ali conhecia a sua dor, seus pensamentos suicidas e maus.Ninguém sabia o que se passava em sua cabeça, da vontade quase incontrolável de se ferir, do cansaço de repetir para si mesma que tem de ser forte a todo amanhecer.Da dor de todos os seus fracassos, dos seus choros antes de dormir, da vontade de se entregar às tentações e abraçar a morte de bom grado.E enquanto tudo aquilo a perturbava, ela se via na obrigação de estar ali, sentada naquela mesa de canto com aquele maldito medo, fingindo ser feliz.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Era noite de Natal, o vento gélido soprava suave e calmo pela rua deserta.As pessoas todas em suas casas, lareiras acesas, chá quente, risos.Apenas ele naquela rua fria e vazia.
Vazio mesmo era o que ele sentia dentro de si, sem ela.Aquela cara com ar esperançoso de que a qualquer momento seu grande amor viraria a esquina e encheria aquela rua triste de vida e alegria não funcionava mais.
Sabia que bobagem era ter esperança de que tudo voltaria ao normal.A relação estava morta, seu amor também.
Ainda tentando se concentrar nos próprios passos e obstruir sua audição aos risos vindo das casas, compreendeu que também estava morto.Não ele, mas seu espírito.apenas o seu coração batia, tentando penosamente bombear sangue àquele corpo sem sentimentos.Sentimentos estes que haviam partido com ela.
Era noite de Natal, resolveu então presentear seu coração.
A neve recomeçara a cair pesadamente sobre sua capa.Ainda pensando no que fazer, resolveu voltar para casa.
Subiu as escadas em completo silêncio, parando apenas no banheiro para se olhar pela última vez.
Escolhendo o chão ao invés da cama, se despiu e pôs-se a fazer pequenos cortes pelos braços e pernas.Não sentia dor aos ferimentos, sentia-se apenas perdendo seus últimos instantes de sanidade.
Observando seus problemas e dores indo embora com o sangue, sentiu lágrimas frias escorrendo-lhe pelo rosto e, ainda com a navalha na mão, gravou em seu peito o nome dela.
Pronto, era o fim.Cortando então os pulsos, se largou no chão sentindo os últimos e esforçados batimentos de seu coração.Era o fim, e logo estaria novamente com ela, formando os dois uma só pessoa.
E então tudo escureceu, a dor cessou e lentamente seus olhos se fecharam para o além.

sábado, 23 de julho de 2011

Cinza

Talvez até a melhor cor do mundo, no meu ponto de vista.O meio termo perfeito.
Nem branco, nem preto.Nem fria, nem quente.Nem viva, nem morta.Nem feliz, nem triste.Nem alegre, nem depressiva.Nem cor, nem incolor.
O mundo deveria ser cinza, ou ao menos preto e branco.Cheio de falhas como ele é, estando ao longe da tão sonhada perfeição.
Onde todos os indivíduos param em aglomerações para observar acidentes, mortes e sangue alheio.
Onde as pessoas acham certo e aprovam que animais morram para que elas se alimentem, sendo que não são dignas de ao menos ter um nome.
Onde as pessoas falsificam sorrisos e amizades.
Onde todo mundo diz amar todo mundo, quando no final mal mal amam a si mesmo.
Uma sociedade hipócrita e sem amor, decididamente sem cor.
Onde sobram apenas 1% de pessoas realmente amorosas, pessoas que existem e que sentem.Quem sabe até que não existem, a não ser em minha imaginação, nessa enorme multidão de sentimentos que vive dentro de mim.Sentimentos, quem sabe, incolores.
All Star cano médio, shorts rasgado, camiseta, xadrez.Em baixo do braço um skate, no ouvido, fones no ultimo volume, rock.Pensamentos voando, sentimentos vazios.Se pegou caminhando do nada para lugar nenhum, apenas olhando tudo e todos.Estaria perdida?Talvez sim.Perdida em ruas vazias e mortas, perdida talvez de si mesma.
Ao longe, avista uma paisagem.Senta em cima do skate e se põe a olhar.Consegue focar uma imagem, parece concentrada.Na verdade, o que ela mais quer é relaxar e não pensar em nada.
Pega de surpresa por uma forte ventania, pega seu skate e continua sua caminhada vazia e sem sorrisos.Apenas ela, suas musicas, sua mente.
Pouco a pouco, vem a chuva com pingos grossos que chegam a machucar.Assustada e surpresa, joga o skate ao chão e põe-se a remar para casa.
Teria que fingir sorrisos por mais quanto tempo?Quanto tempo demoraria para se encontrar?

Recomeço

Criei este Blog com o intuito de realmente poder depositar nele tudo o que sinto, sendo assim bom ou ruim.Sei que a muito meu antigo Blog estará excluído pelo fato de que literalmente enjoei dele.Já não conseguia mais transmitir o que sinto, e nem escrever me fazia bem.Talvez isso mude com o tempo, ou não.Vamos ver no que isto vai me levar.
Sei que tenho que lutar muito pelos meus sonhos, e como o principal deles é publicar um livro, o MEU livro, sei também que tenho que praticar muito.Escrevo e leio desde que me entendo por gente e, se continuar assim, vou realizar meu sonho.
Metade da minha infância se passou em cima de uma amoreira lendo e escrevendo.Não gostava do que a maioria gostava e nunca quis ter uma Barbie.Não era muito de brincar e amava Dragon Ball e Pokemon.Então o resto do meu tempo livre era assistindo televisão.
Não sei porque quis assim desde nova escrever ou porque sempre tive o sonho de viver pela literatura.Mas sou assim e é disso que eu gosto.Nem por isso significa que escrevo bem, porque eu mesma reconheço o quanto ainda sou fraca.Mas não vou desistir e nem me assustarei se fracassar no começo.
Também não vejo motivo para a existência desse post, mas não vejo motivo pelo mesmo não existir.
É isso, ficou estranho como sempre, mas minha parte ou vou fazendo.Vamos ver onde isso irá me levar.