segunda-feira, 25 de julho de 2011

Era noite de Natal, o vento gélido soprava suave e calmo pela rua deserta.As pessoas todas em suas casas, lareiras acesas, chá quente, risos.Apenas ele naquela rua fria e vazia.
Vazio mesmo era o que ele sentia dentro de si, sem ela.Aquela cara com ar esperançoso de que a qualquer momento seu grande amor viraria a esquina e encheria aquela rua triste de vida e alegria não funcionava mais.
Sabia que bobagem era ter esperança de que tudo voltaria ao normal.A relação estava morta, seu amor também.
Ainda tentando se concentrar nos próprios passos e obstruir sua audição aos risos vindo das casas, compreendeu que também estava morto.Não ele, mas seu espírito.apenas o seu coração batia, tentando penosamente bombear sangue àquele corpo sem sentimentos.Sentimentos estes que haviam partido com ela.
Era noite de Natal, resolveu então presentear seu coração.
A neve recomeçara a cair pesadamente sobre sua capa.Ainda pensando no que fazer, resolveu voltar para casa.
Subiu as escadas em completo silêncio, parando apenas no banheiro para se olhar pela última vez.
Escolhendo o chão ao invés da cama, se despiu e pôs-se a fazer pequenos cortes pelos braços e pernas.Não sentia dor aos ferimentos, sentia-se apenas perdendo seus últimos instantes de sanidade.
Observando seus problemas e dores indo embora com o sangue, sentiu lágrimas frias escorrendo-lhe pelo rosto e, ainda com a navalha na mão, gravou em seu peito o nome dela.
Pronto, era o fim.Cortando então os pulsos, se largou no chão sentindo os últimos e esforçados batimentos de seu coração.Era o fim, e logo estaria novamente com ela, formando os dois uma só pessoa.
E então tudo escureceu, a dor cessou e lentamente seus olhos se fecharam para o além.

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